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A premissa é esta, limpar Portugal em apenas um dia. A ideia não é original, o conceito, talvez revolucionário, e o movimento, esse fora criado em 2008, na Estónia, surgindo com a necessidade de remover as toneladas de lixo que afogavam as florestas de leste. Sendo a Estónia um país maioritariamente constituído por matas, a ideia apareceu como um desafio, não só pela sua dificuldade de execução, um escasso dia, mas, também, pela complexidade que seria a organização e mobilização das massas. Exactamente, massas, uma vez que a população aderiu ao movimento de forma exponencial, superando até as expectativas, certo é, a Estónia, ter ficado ligeiramente mais verde.
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“três amigos, todos amantes de passeios todo o terreno, lançaram o desafio de, no dia 10 de Março, remover lixeiras de matas e florestas em todo o País, incluindo nas ilhas” (in semanário sol).”
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Por cá, começou desta forma, mas espera-se o mesmo, sendo o objectivo mobilizar 100 mil pessoas, distribuindo-as pelas diferentes localidades, afim da execução em tempo recorde da tarefa. No entanto, se pensamos que estes homens terão a vida facilitada (expressão tipicamente portuguesa) e que iremos superar os Estónios (curioso), terminando a “experiência” em menos horas, desenganem-se os optimistas, pois ao contrário do que acontece por cá, o governo comparticipou a iniciativa, pelo menos em parte, fornecendo meios necessários à execução. Calma, não pretendo transmitir cepticismo com as minhas palavras, pelo contrário, a capacidade do ser humano em causar a surpresa, pode até surpreender o mais temível dos calculistas, mesmo aqueles que se deparem com uma divulgação de aproximadamente 15x15 cm de área, numa página de jornal, mesmo esses...
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Considero esta iniciativa como mais do que uma tentativa de limpar áreas outrora verdes, explico porquê. Não desprezando deste já essa demanda, mas repousando a tónica em “demanda”, é possivel superar-se em larga escala o habitual compromisso comercial da sociedade ponto verde, um pomposo “recicle também”, desde já longe de mim desprezar as caras bonitas das produções nacionais em elegante anúncio, bem como as suas iniciativas, e alcançar-se a consciencialização para os problemas ambientais.
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Com a promessa destes 3 homens em limpar Portugal em um par de horas, o comum, o consciente do drama ambiental é protagonista, convocando as massas e procurando superar não um recorde, mas, sobretudo, o superar-se enquanto agente na sociedade num exercício intelectual e suficientemente físico, de mentalizar rapidamente e uso o tempo/cronometro de 24h, da necessidade de simplesmente agir. Porém, e porque eu sou realista, faço desta crónica, ou apenas das minhas palavras, uma convocatória ou um tributo à necessidade de intervenção dos meios de comunicação, na divulgação e sobretudo como apoio, quiçá uma cara bonita não possa ajudar a mobilizar os 80 mil que lhe faltam, até tenho umas sugestões...
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